sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ecocardiograma Fetal

      Para as mamães de primeira viagem ou não, a solicitação de um ecofetal pode parecer um pouco diferente ou preocupante. "Será que meu filho tem algum problema no coração e por isso meu médico pediu este exame???"
Preocupações como esta e outras pairam sobre a cabeça de quase toda gestante.
Compartilhamos a explicação sobre o ecocardiograma fetal do site Pediatria em Foco.


O QUE É ECOCARDIOGRAMA FETAL?
É um exame de ultrassom que permite avaliar se o coração do feto está se desenvolvendo adequadamente e se apresenta função normal dentro do útero da mãe.
O ecocardiograma complementa a avaliação do ultrassom morfológico, pois é realizado por um cardiologista pediátrico com especialização nesta técnica.
Algumas doenças cardíacas congênitas requerem correção cirúrgica imediatamente após o nascimento. O diagnóstico feito ainda durante a gravidez possibilita o planejamento do parto em Hospital com infraestrutura para receber e tratar o este recém-nascido tão especial.
Nestes casos, o hospital escolhido precisa contar com uma excelente UTI neonatal e também com uma equipe de cirurgia cardíaca pediátrica.
Ainda, certas doenças cardíacas fetais já podem ser tratadas dentro do útero, como algumas formas de arritmia. O ecocardiograma fetal diagnostica e acompanha a resposta do feto ao tratamento, sendo ferramenta importantíssima no pré-natal destas gestantes.

O ecocardiograma fetal pode ser realizado através do abdome materno a partir de 18
semanas, sendo que a melhor época é por volta de 28 semanas de gestação.
Sem dúvida, o diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas durante a gestação contribui para um melhor atendimento ao bebê e aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Quais gestantes devem realizar ecocardiograma fetal?
Algumas situações aumentam as chances de doenças cardiacas no feto.
A presença de casos de cardiopatia congênita na família do pai ou da mãe e filhos anteriores nascidos com doença cardíaca são fatores de risco bem conhecidos.
Algumas infecções adquiridas pelas gestantes também podem comprometer a formação do coração fetal, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose.

Certas medicações de uso materno estão associadas ao desenvolvimento de doença cardíaca fetal, principalmente quando utilizadas nos primeiros meses de gestação. Nestes casos o obstetra responsável encaminha a gestante para uma avaliação com ecocardiograma fetal.
A diabetes, tanto pré-existente quanto a adquirida durante a gestação, pode comprometer o coração do feto principalmente quando não controlada.

Sempre que o ultrassom suspeita de algum defeito na formação do coração fetal é conveniente aprofundar a investigação com um ecocardiograma, feito por cardiologista pediátrico especializado. Ainda, quando se descobre ao ultrassom alguma malformação em outro órgão do feto é sempre interessante avaliar o coração com mais cuidado, pois pode ocorrer associação com doença cardíaca congênita.

Por fim, gestantes com idade superior a 35 anos merecem uma avaliação pré-natal mais rigorosa devido às maiores chances de malformações fetais. Sendo assim, muitos obstetras tem incluído o ecocardiograma fetal entre os exames de rotina deste grupo.
O ecocardiograma fetal é um exame sem risco para a gestante e para o feto, trazendo os benefícios de um diagnóstico precoce e do tratamento eficaz das cardiopatias fetais.

Por: Dra. Gabriela Nunes Leal - Médica do Serviço de Ecocardiografia do Instituto da Criança (HC-FMUSP).
Ecocardiografista pediátrica e fetal dos Hospitais São Luiz e do Hospital do Coração.