quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Repelente Infantil

Quando o assunto é mosquito, não há mãe que não se irrite. E muitas vezes, apesar de tentarmos dar uma de caça-mosquitos, eles conseguem se esconder e atacam nossos pequenos a qualquer momento, principalmente à noite.

Um recurso que pode ser utilizado com cuidado e moderação é o repelente. Particularmente, não é algo que me agrade. Acho o cheiro desagradável e a sensação de que pode surgir uma alergia ou encostar no olho com as mãos sujas com o produto não me deixa 100% tranquila.

Após utilizar algumas marcas de repelentes infantis, compramos aqui em casa o Repelente Infantil HUGGIES Turma da Mônica.

Ainda não havia usado, mas no retorno às aulas percebi a perninha do meu filho do meio cheia de picadas de inseto. No 2º dia de aula recorri ao repelente e tive uma grata surpresa. Cumpre o que promete na embalagem. Rápida absorção, e tem um cheirinho ótimo. Nem parece repelente.

Pode ser utilizado em bebês a partir de 6 meses.

Recomendamos!



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ecocardiograma Fetal

      Para as mamães de primeira viagem ou não, a solicitação de um ecofetal pode parecer um pouco diferente ou preocupante. "Será que meu filho tem algum problema no coração e por isso meu médico pediu este exame???"
Preocupações como esta e outras pairam sobre a cabeça de quase toda gestante.
Compartilhamos a explicação sobre o ecocardiograma fetal do site Pediatria em Foco.


O QUE É ECOCARDIOGRAMA FETAL?
É um exame de ultrassom que permite avaliar se o coração do feto está se desenvolvendo adequadamente e se apresenta função normal dentro do útero da mãe.
O ecocardiograma complementa a avaliação do ultrassom morfológico, pois é realizado por um cardiologista pediátrico com especialização nesta técnica.
Algumas doenças cardíacas congênitas requerem correção cirúrgica imediatamente após o nascimento. O diagnóstico feito ainda durante a gravidez possibilita o planejamento do parto em Hospital com infraestrutura para receber e tratar o este recém-nascido tão especial.
Nestes casos, o hospital escolhido precisa contar com uma excelente UTI neonatal e também com uma equipe de cirurgia cardíaca pediátrica.
Ainda, certas doenças cardíacas fetais já podem ser tratadas dentro do útero, como algumas formas de arritmia. O ecocardiograma fetal diagnostica e acompanha a resposta do feto ao tratamento, sendo ferramenta importantíssima no pré-natal destas gestantes.

O ecocardiograma fetal pode ser realizado através do abdome materno a partir de 18
semanas, sendo que a melhor época é por volta de 28 semanas de gestação.
Sem dúvida, o diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas durante a gestação contribui para um melhor atendimento ao bebê e aumenta as chances de sucesso no tratamento.

Quais gestantes devem realizar ecocardiograma fetal?
Algumas situações aumentam as chances de doenças cardiacas no feto.
A presença de casos de cardiopatia congênita na família do pai ou da mãe e filhos anteriores nascidos com doença cardíaca são fatores de risco bem conhecidos.
Algumas infecções adquiridas pelas gestantes também podem comprometer a formação do coração fetal, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose.

Certas medicações de uso materno estão associadas ao desenvolvimento de doença cardíaca fetal, principalmente quando utilizadas nos primeiros meses de gestação. Nestes casos o obstetra responsável encaminha a gestante para uma avaliação com ecocardiograma fetal.
A diabetes, tanto pré-existente quanto a adquirida durante a gestação, pode comprometer o coração do feto principalmente quando não controlada.

Sempre que o ultrassom suspeita de algum defeito na formação do coração fetal é conveniente aprofundar a investigação com um ecocardiograma, feito por cardiologista pediátrico especializado. Ainda, quando se descobre ao ultrassom alguma malformação em outro órgão do feto é sempre interessante avaliar o coração com mais cuidado, pois pode ocorrer associação com doença cardíaca congênita.

Por fim, gestantes com idade superior a 35 anos merecem uma avaliação pré-natal mais rigorosa devido às maiores chances de malformações fetais. Sendo assim, muitos obstetras tem incluído o ecocardiograma fetal entre os exames de rotina deste grupo.
O ecocardiograma fetal é um exame sem risco para a gestante e para o feto, trazendo os benefícios de um diagnóstico precoce e do tratamento eficaz das cardiopatias fetais.

Por: Dra. Gabriela Nunes Leal - Médica do Serviço de Ecocardiografia do Instituto da Criança (HC-FMUSP).
Ecocardiografista pediátrica e fetal dos Hospitais São Luiz e do Hospital do Coração. 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Previdência da Dona de Casa

Muitas coisas aconteceram nos últimos meses e consequentemente o blog passou esta fase sem ser atualizado.
Antes tarde do que mais tarde, achei interessante abordar um assunto que a muitas mamães pode interessar.

Àquelas que, após se tornarem mães, decidiram sê-lo de forma integral, publico um artigo que escrevi para a página "Negócios de Família" à qual colaboro.

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Previdência da Dona de Casa

Manuela Freitas*

Ser mãe e dona de casa são atividades das mais nobres que conheço. Cuidar da família e do lar é sublime, pois é no lar que se formam os agentes atuantes do mundo. O cuidado, formação e educação recebidas em casa são os pilares que moldam o cidadão – pilares esses que escola nenhuma é capaz de suprir. Porém, é de se questionar porque uma atividade tão nobre não é reconhecida. Existem diversos preconceitos que pairam sobre o imaginário de muitas pessoas quando pensam em uma mulher que é “SÓ” dona de casa. Eu tenho uma definição própria para o “cargo”: atividade não remunerada, exercida sem horário de início ou fim, sem folga, feriado ou férias. Dentre todas, a atividade menos reconhecida.

    Apesar da inexistência de término ou folga, a dona de casa pode se aposentar. Isso mesmo: APOSENTADORIA para as donas de casa! Muitos devem se perguntar como isso é possível, já que por definição a dona de casa não possui remuneração. Contudo, uma das categorias de segurados da Previdência Social chama-se FACULTATIVO. O segurado facultativo, como o próprio nome diz, não está incluído no rol dos segurados obrigatórios, e portanto sua filiação à Previdência Social é feita por ato voluntário. Estão enquadrados nessa categoria aqueles acima de 16 anos e que não exercem atividade remunerada, e a dona de casa é exemplo clássico desta categoria.

    As vantagens, para a dona de casa, de contribuir para a Previdência Social são os benefícios aos quais a mesma passa a ter direito, além da aposentadoria: salário-maternidade, auxílio-doença e ainda: pensão por morte e auxílio-reclusão, para seus dependentes. Para isso, os valores de contribuição (alíquotas) variam conforme o enquadramento da dona de casa. Vamos a eles (valores para o ano de 2014):

Resumidamente:

20% (valor varia conforme a escolha, sobre 1 salário-mínimo até R$ 4.390,24) = Dá direito a todos os benefícios da categoria.

11% (R$79,64) = Exclusivamente sobre 1 salário-mínimo e optam pela exclusão ao direito de aposentadoria por tempo de contribuição, ou seja, a aposentadoria será por idade ou invalidez.

5% (R$36,20) = Exclusivamente sobre 1 salário-mínimo e para aqueles que se enquadram na categoria “Facultativo Baixa Renda”. Necessário estar inscrito no CadÚnico, o cadastro dos programas sociais do governo federal.
    A inscrição é rápida, e pode ser feita de casa pela internet, pelo telefone 135 de segunda a sábado, das 07:00 às 22:00, horário de Brasília (sem custo para telefone fixo e público) ou em uma agência da Previdência Social.

Fica a dica!

*Manuela Freitas –  é administradora e servidora pública federal, atualmente especialista em normas e gestão de benefícios. Católica, casada, mãe de dois meninos, adora cozinhar. Torcedora do Náutico, depois de morar em vários cantos do país, está de volta ao seu aconchego em Recife/PE, sua cidade natal.

domingo, 17 de novembro de 2013

O Desenvolvimento Infantil e a Música

Para seres em constante processo de aprendizagem como as crianças, observar os hábitos dos pais e parentes próximos pode ser comparado a uma esponja. Aqueles olhinhos brilhantes observam e captam tudo. Absorvem cada mínimo detalhe, sem que tenhamos noção da relevância de certos gestos.
Com a música não poderia ser diferente. Os gostos musicais das crianças são claramente influenciados pelas preferências dos pais. Mesmo que ao crescerem eles se modifiquem, alguns traços musicais permanecem.
Muitos estudos demonstram o quanto a música pode estar presente na vida das crianças desde o útero. Os bebês reagem aos estímulos sonoros, seja uma música ou o cantarolar da própria mãe.
A música tem o poder de emocionar. É linguagem universal.
Para uma pessoa apaixonada por música desde sempre, este é um tema que muito me agrada. O papel do aprendizado de um instrumento musical no desenvolvimento das crianças!
Retirado do site Sonotec.
A importância do aprendizado musical para crianças e adolescentes

A importância do aprendizado musical para crianças e adolescentes

“A música é o instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. A frase é de Platão, um dos maiores pensadores da História. E ele estava certo: a educação musical estimula áreas do cérebro e desenvolve habilidades importantes, como a coordenação motora, a concentração e a socialização.
Se você já toca algum instrumento musical, deve saber do que estamos falando. Se ainda não, está na hora de começar! Aprender música aguça a percepção e desenvolve o raciocínio, mas não é só isso… a música também ensina autodisciplina, paciência e sensibilidade. “Todos precisamos de uma válvula de escape, algo que nos ajude a expressar nossas emoções, sentimentos e vontades. A música proporciona essa liberdade e isto ajuda a vida a ser mais leve“, defende a psicóloga Fernanda Rossi Bergamo.
Daí a importância do aprendizado musical para crianças e adolescentes. Quando trabalhada desde a infância, a música faz com que a criança adquira uma maior facilidade para o entendimento de outras áreas do conhecimento, recebendo normalmente notas mais altas na escola. Além disso, a criança adquire uma estrutura emocional e psicológica que lhe fornecerá bases para uma vida mais saudável. “Já é comprovado cientificamente que o estudo musical desde a infância contribui, e muito, para o desenvolvimento psicológico e social da criança, além de facilitar a percepção musical quando maior”, completa Dhemy de Brito, professor musical e regente de canto infantil na cidade de Santa Fé (PR) desde 2008.
Outro grande benefício que a música proporciona é o espírito de equipe. “Criança gosta de criança, por isso é importante que os pais busquem por escolas que estimulem o trabalho em grupo, seja no esporte ou na música”, destaca Fernanda. Para que uma orquestra ou mesmo um dueto tenha sucesso, todos os  participantes têm que trabalhar em conjunto, respeitando o ritmo de cada um, ajudando o outro e pedindo ajuda quando necessário.
Hoje em dia, saber trabalhar em equipe é algo muito valorizado pelas empresas e organizações. “Dificilmente fazemos música sozinhos. O estudo pode ser individual, mas a prática provavelmente será realizada em grupo. A interação entre músicos é muito forte e a troca de informações é constante, por isso a música é uma boa maneira de melhorar o convívio social”, reforça Daniel Mazini, professor de bateria no Instituto de Bateria Northon Vanalli de Presidente Prudente (SP).
A música também trabalha o respeito, a memória e a persistência da criança. De acordo com o professor de bateria, dedicação e talento são as palavras-chave para se tocar bem um instrumento musical. “Dentro do aspecto dedicação, uma grande parte está relacionada ao tempo gasto com o instrumento, então é claro que começar cedo ajuda muito, até pelo fato de que nesse período a criança tem mais facilidade para o aprendizado”, finaliza.
NA PRÁTICA
Agora que você já entendeu a importância da música para o aprendizado infantil, deve estar se perguntando: onde meu filho pode aprender a tocar um instrumento musical? A dica é do professor de bateria Daniel Mazini: “Procure sempre por escolas idôneas, para que haja um estudo das formas corretas, com embasamento teórico e que coloque a criança no caminho musical correto”.
Faça uma pesquisa na Internet e busque indicações de amigos e conhecidos. Procure conhecer a história e a trajetória da escola de música antes de matricular o seu filho. E mesmo depois que ele já estiver assistindo as aulas, acompanhe o seu desenvolvimento, conversando com o professor e assistindo aos exercícios que ele realizar em casa.
De acordo com o professor Dhemy de Brito, os governos pouco contribuem no ensino musical nas escolas. “Eu sou defensor do ensino de canto coral para todas as crianças! O aluno, depois de musicalizado vocalmente, terá mais segurança em escolher o instrumento que mais lhe agradar“. Ainda segundo ele, o trabalho vocal tem sido um dos meios que muitos professores encontraram para inserir uma atividade musical no contexto escolar. “Há muitas práticas corais envolvendo percussões corporais, que facilitam o trabalho nas questões financeiras e ajudam no desenvolvimento musical”, aponta.
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MAS QUAL INSTRUMENTO MUSICAL EU DEVO ESCOLHER?
Assim como os brinquedos e a prática de algum esporte, os instrumentos musicais têm a ver com habilidade e gosto. Segundo a psicóloga Fernanda Rossi Bergamo, a decisão é da criança, mas quem proporciona a possibilidade são os pais. “Ela precisa conhecer e brincar com os vários instrumentos existentes: tocá-los, manuseá-los, ouvir o som que eles produzem. Tudo isso irá ajudar na escolha de qual instrumento ela quer tocar”, explica.
Mesmo depois de escolhido o instrumento musical, é recomendado procurar por modelos mais acessíveis financeiramente, já que a chance de seu filho desistir do aprendizado é muito grande. “O melhor instrumento musical é aquele que cabe no seu bolso. O fato de um instrumento ter mais ou menos qualidade não qualifica o músico nem o estudante, e sim o quanto cada um pode fazer de música quando estiver com ele em mãos”, destaca Daniel Mazini. É importante também que você deixe claro para o seu filho que instrumentos melhores virão conforme ele cresça dentro da área que escolheu.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Sociedade dos Filhos Órfãos

          Compartilho a entrevista abaixo com o autor do livro "Sociedade dos filhos órfãos". As afirmações são pertinentes diante da situação em que nossa sociedade se encontra. 
Ressalto um dos trechos da entrevista, em que o autor fala sobre a adolescência imatura.
Muitos são os casos de pais que negligenciam a educação e o tempo com seus filhos, esquecendo que a infância e adolescência são fases rápidas na vida de qualquer pessoa.

             Ou seja, ser pais presentes e conscientes de suas responsabilidades não é uma tarefa fácil, porém é o caminho mais eficaz de educar as crianças em época própria -  quando elas ainda estão em fase de formação da personalidade e razão. 
O trabalho é grande por pouco tempo, e esta é a lógica. Ao contrário da mentalidade permissiva, onde os pais entendem que amar é dar tudo que o filho quer e não percebem que esta prática resultará, na grande parte dos casos, em um adolescente perpétuo, mesmo sendo ele um adulto. E consequentemente o trabalho será para o resto da vida!

“Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado”


O escritor Sergio Sinay, 66 anos, é um especialista em vínculos humanos. Sociólogo e jornalista, formou-se na Escola de Psicologia da Associação Gestáltica de Buenos Aires. Requisitado consultor sobre assuntos familiares e relações pessoais, tem vários livros publicados. O mais novo,Sociedade dos Filhos Órfãos, que acaba de sair em português (Editora BestSeller), é uma dura crítica ao modo de vida da atualidade, em que pais delegam a educação e a atenção aos filhos para babás, escolas e até para as novas tecnologias – como celular, televisão e computadores. Esse comportamento transmite aos filhos a noção errada de que basta ter dinheiro para encontrar quem se encarregue daquilo que nos cabe fazer, afirma Sinay, em seu livro.
Casado e pai de um jovem, Sinay diz que o amor é uma construção contínua que se fortalece diariamente com responsabilidade e comprometimento. “Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado”. A seguir trechos da entrevista concedida ao Mulher7x7.

Mulher7x7- Há uma geração de filhos sem pais presentes nascendo ou ela sempre existiu?
SERGIO SINAY – Sempre houve pais que não assumem responsabilidades e sempre haverá. Mas nunca houve como hoje um fenômeno social tão amplo e profundo a ponto de criar uma geração de filhos órfãos de pais vivos. Pela primeira vez podemos dizer, infelizmente, que os filhos com pais presentes que cumprem suas funções são uma minoria.

Até que ponto a relação dos pais com os filhos reproduz um estilo de vida da atualidade?

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Picos de Crescimento

Busquei informações sobre o assunto, pois o meu segundo filho encontra-se numa fase de extrema inquietação. Mamadas mais seguidas, não suporta ficar deitado, quer sempre atenção ou colo,..

Sobre o comportamento inquieto, encontrei este interessante artigo do Guia do Bebê.

Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança

O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação podem interferir no sono.
O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.
Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.
Saltos de desenvolvimento
Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.
Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.
No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.
Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.
A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).
Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor(aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino (usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem(desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem), desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimentosensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] edesenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).
Certa variação entre crianças é esperada, mas uma cronologia observada experimentalmente dos períodos de saltos de desenvolvimento é a seguinte:
- 5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do que antes.
- 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).
- 12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.
- 19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu próprio nome.
Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse estágio da vida.
- 26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.
- 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.
- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.
- 46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes. Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o "não" e instruções simples.
- 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.
- 64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.
- 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.
Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais leite.
É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas, pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.
Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!
Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além. Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais notáveis.
Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:
"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.
Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)
Ansiedade de separação
A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros especialistas.
É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)
O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.
Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.
O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.
É importante entender que o período "crítico" de desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.
O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)
Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)
Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. (8)
Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. (9).
Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono do bebê (link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), como praticar separações rápidas e diárias, evitar a transferência de colo para colo e entender a ansiedade de separação como um sinal positivo.
Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando por um pico de ansiedade de separação.
Outras mudanças
Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo -link: http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link: http://guiadobebe.uol.com.br/retorno-ao-trabalho-e-o-sono-do-bebe-como-fica/), viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.
Resumindo
Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer concomitantemente.

Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e dormir menos).

A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.

Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.

UM PLÁ SOBRE PICOS DE CRESCIMENTO
Afinal, o que significa "Growth Spurt"?
Poderíamos traduzir (não literalmente) como PICO DE CRESCIMENTO.
Bebê mamando
É um fenômeno que ocorre nos bebês e, no qual, estes solicitam mais mamadas do que de costume. Estas necessidades geralmente duram de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas.
A mãe costuma sentir como se não desse conta de produzir leite em quantidade suficiente para o Bebê.
Períodos comuns destes "picos de crescimento" ocorrem por volta dos:
7 - 10 dias;
2 - 3 semanas;
4 - 6 semanas;
3 meses;
4 meses;
6 meses;
9 meses (em torno)
Os picos de crescimento não param no primeiro ano. Podem ocorrer no decorrer do crescimento da criança, incluindo, por exemplo, a adolescência.
Quanto mais o bebê mamar = mais leite produzirá no seio.
Estimule ambos os lados, esvaziando um lado para que depois passe pro outro seio.
Confie em sua produção. Seios murchos não significam menos leite.
Boa parte do leite é produzido na hora da mamada.
É normal, durante o pico de crescimento, que o bebê mame HORAS seguidas.
Fonte: http://www.kellymom.com/bf/normal/growth-spurt.html
UM PLÁ SOBRE SALTO DE DESENVOLVIMENTO
Bebês não se desenvolvem em um ritmo constante, e sim irregular.
Bebê pedindo colo
No período que imediatamente antecede um salto de desenvolvimento o bebê repentinamente pode se sentir disperso à mudanças nos sistemas perceptivo e cognitivo que não foram adaptadas ainda no organismo.
Então na tentativa de readaptação, o bebê volta à base, ou seja, à mãe, o que reflete-se em períodos de maior carência afetiva, pedem mais colo, e com frequência afetam o sono e apetite.
Depois de algumas semanas essa fase difícil é superada, e o bebê demonstra ter habilidades novas.
Uma Cronologia aproximada dos períodos de crise é:
- 5 semanas / 1 mês
- 8 semanas / quase 2 meses
- 12 semanas / quase 3 meses
- 19 semanas / 4 meses e meio
- 26 semanas / 6 meses
- 30 semanas / 7 meses
- 37 semanas / 8 meses e meio
- 46 semanas / quase 11 meses
- 55 semanas / quase 13 meses
- 64 semanas / quase 15 meses
- 75 semanas / 17 meses
Nesse período, é esperado que o bebê:
- Procure ficar mais perto da MÃE, ou seja sua base de tudo, pois é o que ele conhece melhor;
- Fique mais carente, precisando de colo, segurança e orientação maternal de perto;
- Coma mal e durma pior;
- Pode pedir para mamar com mais frequência;
- Comece a fazer coisas que não fazia antes da crise tal como rir, sentar, engatinhar, interagir...
- Demonstre felicidade com o final da crise e superação do desenvolvimento adquirido.
Essa fase difícil passa, e tudo volta a normalidade, na mesma naturalidade que iniciou.
Então, durante as crises, é só ter um pouco de paciência, carinho, cumplicidade... que logo logo passa...
Fonte: Referência 1
Edição por Andreia Mortensen e Anna Arena - GVA
Referências:
1- Hetty van de rijt, Frans Plooij. The Wonder Weeks. How to stimulate your baby's mental development and help him turn his 8 predictable, great, fussy phases into magical leaps forward. Kiddy World Promotions B.V. 2010.
2- Lopes, R.M. F., Nascimento, R.F.L.; Souza, S. G.; Mallet, L. G.; Argimon, I.I.L. Desenvolvimento Cognitivo e motor de crianças de zero a quinze meses: um estudo de revisão. 2010. 
http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0529.pdf
3- Piaget, J. & Inhelder, B. The Psychology of the Child. New York: Basic Books. 1962.
4- Thomas J., The Normal Newborn and Why Breastmilk is Not Just Food. Retirado do website da pediatra e consultora de amamentação. 2010.
http://www.drjen4kids.com/soap%20box/normal_%20newborn.htm
5- Gopnik, A., Meltzoff, A.N., and Kuhl, P.K. The Scientist in the Crib: Minds, Brains, and How Children Learn. New York: William Morrow & Co. Inc. 1999
6- Shore, R. Rethinking the Brain: New Insights into Early Development. New York: Families and Work Institute. 1997
7- Margot Sunderland. The Science of Parenting. DK Publishing Inc. 2006.
8- Brummelte S, Grunau RE, Zaidman-Zait A, Weinberg J, Nordstokke D, Cepeda IL. Cortisol levels in relation to maternal interaction and child internalizing behavior in preterm and full-term children at 18 months corrected age. Dev Psychobiol. 2010 Oct 28.
9- Pantley. E. No-Cry Separation Anxiety Solution: Gentle Ways to Make Good-Bye Easy from Six Months to Six Years. McGraw-Hill, 2010.
Dra. Andréia C. K. Mortensen - Colunista do Guia do Bebê